Verónica González

Arte Comunitária

18-06-2021

Feira Medieval de Belmonte

A minha primeira participação num espetáculo de arte comunitária em PORTUGAL foi em Belmonte, durante a Feira Medieval de agosto de 2017, num espetáculo comunitário onde representava a personagem Maria Gil Cabral. 

Embora aminha personagem nunca falasse, a preparação do espetáculo e a filmagem de uma curta promocional tornaram a experiência muitíssimo interessante, ao tempo que me permitiram partilhar palco com outras pessoas da terra.

A rua esquecida

A Rua Esquecida foi o espetáculo que a Astro Fingido criou no Fundão e apresentou ao público de Belmonte, no dia 26 de Agosto de 2018, junto à Igreja de Santiago.

O espetáculo de rua, em percurso, resultou do desafio lançado pela Rede ARTÉRIA a Fernando Moreira para a criação de um projeto no Fundão. Do mapeamento e dos encontros efetuados previamente com o município e vários agentes locais, a área de intervenção escolhida foi a Rua da Cale, uma das ruas mais antigas do Fundão, que perdeu valor nos serviços e no comércio com a expansão e a nova centralidade da cidade. Desde um trabalho de imersão no local, que passou nomeadamente por entrevistar pessoas que ali vivem ou viveram, obtiveram-se as histórias que são a matéria-prima de um espetáculo que desde essas memórias e da ideia de esquecimento privilegia uma linha trágica-cómica.

Para lá do elenco profissional, integraram o espetáculo participantes das comunidades por onde os espetáculos foram passando.  A modo de preparação, os participantes tiveram oportunidade de frequentar um workshop de Teatro Físico orientado por Andrea Gabilondo.

Direção artística ÂNGELA MARQUES e FERNANDO MOREIRA
Texto e Encenação FERNANDO MOREIRA
Direcção de Movimento ANDREA GABILONDO
Música original CARLOS ADOLFO (excepto "Marcianita" de Daniel Bacelar)
Letras FILOMENA GIGANTE
Interpretação EMÍLIO GOMES, FILOMENA GIGANTE, PATRÍCIA
QUEIRÓS 

ARTÉRIA é uma rede de programação cultural, liderada pel'O Teatrão de Coimbra que, durante dois anos, criou e fez circular espetáculos em oito concelhos da Região Centro - Belmonte, Coimbra, Figueira da Foz, Fundão, Guarda, Ourém, Tábua e Viseu. A Rede Artéria juntou artistas convidados a trabalhar nos contextos de cada um desses locais com os municípios, instituições académicas, agentes e estruturas sociais / culturais.

https://www.redearteria.pt/

Onde está a Luz?

Espetáculo apresentado no dia 8 de Dezembro, junto ao edifício da Câmara Municipal de Belmonte. Este espetáculo, inserido na programação da Festa das Luzes 2018, trata-se de uma criação itinerante com a participação da comunidade. A direcção artística ficou a cabo da Coruja do Mato.

Encenação de Tiago Sami Pereira

A mão, o animal e o mistério

O espetáculo de dança comunitário conduzido pelo DEMO no âmbito do projeto Cultura em Rede da CIMBSE foi apresento em 2019 em Belmonte, Sabugal, Fundão, Guarda e Covilhã. Este espetáculo comunitário de dança e movimento, integrado no projeto Cultura em Rede da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), foi desenvolvido em parceria com a CARB - Cooperativa Artística da Raia Beirã. Contou com a participação de residentes dos concelhos da Guarda, Sabugal, Fundão, Belmonte e Covilhã.

Lançado em 2018, o projeto "Cultura em Rede das Beiras e Serra da Estrela" consiste em espetáculos de dança, música e teatro em cada um dos 15 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, a entidade mentora do projeto. O objetivo visa a valorização dos artistas da região das Beiras e Serra da Estrela através da criação de um programa cultural em rede que promova a itinerância de espetáculos pelos 15 municípios: Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso, nas áreas da Música, Dança e Teatro.

Filme promocional do Concelho de Belmonte

Em 2018, participei como figurante nas filmagens deste filme promocional do Concelho de Belmonte, encomendado pelo Município, junto com outras pessoas da terra.

Trata-se de uma curta metragem em que participaram mais de uma centena de figurantes locais e onde se procura mostrar as potencialidades, a história e as tradições desta vila. 

O filme promocional de Belmonte foi distinguido na categoria "Prize Religious" no VII Arrábida Film Art & Tourism Festival -Finisterra que decorreu entre os dias 29 de maio a 1 de junho. Estiveram em concurso 165 filmes de 56 países!

https://www.youtube.com/watch?v=j_jTp6zcLPc

Luzes que se acendem

Em 2019 o encenador João Reis é convidado a escrever uma pequena história para um espetáculo de teatro comunitário a ser integrado na programação da Festa das Luzes 2019. Neste espetáculo o elenco é composto por pessoas da comunidade de diversas idades, quase todos sem formação na área e com pouca experiência na representação. 

Mesmo assim, João Reis consegue construir um espetáculo percurso muito emotivo, onde o sentimento da saudade é vivenciado e recriado entre atores e espetadores.

Encenação João Reis.

CAMINHO

A Rede Artéria, a Câmara Municipal de Belmonte e a Mundo Reboliço estreiaram em agosto de 202 0 o"espetáculo-encontro" intitulado "Caminho", no Castelo de Belmonte. A oitava e última produção da Rede Artéria é uma criação da coreógrafa e performer Filipa Francisco, onde se cruzam memórias e narrativas, teatro e música, palavras e máscaras, baile e entrudo, passado e futuro. 

Preparado em contexto comunitário (em co-criação com seis participantes locais), "Caminho" foi construído a partir das biografias e das narrativas da população do concelho de Belmonte. E Filipa Francisco relata essas visitas às freguesias e as entrevistas aos moradores, antes da pandemia do novo coronavírus: "Palavras e palavras gravadas em vídeo e transcritas para o papel. Todas elas misturavam e falavam de passado, presente e futuro.
Transcrevemos as palavras no papel, olhámos para essas palavras. Todas elas falavam de momentos de trabalho árduo, das minas, da agricultura, das fábricas ou da cestaria." Depois, com o Covid-19, o projeto teve de ser interrompido e, agora, readaptado. Mas, como sustenta a autora, há que "fazer nascer deste baile, fazer nascer deste entrudo" o "Caminho" para um outro rumo - e, talvez, um melhor futuro.

O criador, investigador e programador cultural Hugo Cruz escreveu: "Num tempo e espaço que reforça as nossas dúvidas, medos, inquietudes e fragilidades resta-nos a reinvenção do CAMINHO como um regresso a nós - os humanos". E considera que este "espetáculo convoca as nossas ancestralidades confrontando-as com o hoje, tantas vezes opaco, sem deixar de ensaiar a construção de outras realidades possíveis, reequacionando o lugar do 'eu' e propondo um 'nós', distanciado do velho olhar identitário homogéneo".

Na sua reflexão, Hugo Cruz explica como o atual projeto "trouxe para a sua construção uma pandemia que nos distanciou e abalou a tirania das certezas, decidindo, perante isso, não ter, serenamente, soluções. O grupo, em cocriação, construiu um espetáculo de dança com participação comunitária em que o encontro, o toque e o estar em coletivo foram colocados em causa, pelo menos da forma como os conhecíamos até então. Mesmo assim, o CAMINHO fez-se, respirando muito e bem, cruzando corpos em busca das suas origens, propondo a bailarinos e músicos, profissionais e não profissionais das artes, correr os mesmos riscos éticos e estéticos. Convocaram-se instrumentos musicais como extensões dos corpos, a tecnologia da atenção e do detalhe como parte integrante do processo, a mescla de referências, histórias, vozes e visões múltiplas e uma vontade pulsante de criar e, assim, concretizar outros 'estar juntos'."

Sinopse

Caminho através de danças
De épocas
De histórias
De movimentos de baile e de entrudo
De danças imaginárias
De lugares imaginários
Construir/desconstruir
Tradiçāo
O que é a tradiçāo?
E se misturássemos tudo?
E ainda ficássemos atentos ao voo dos pássaros?

"A história da Dança não é não pode ser o Percurso dos Movimentos Traçados no chão. É (tem de ser) o Percurso dos Movimentos Traçados no ar. Acreditar que os pássaros são restos de COREOGRAFIAS. Imagens do corpo que ficaram para atrás, suspensas.

(As nuvens ainda, tudo o que é alto, o céu.) Os pássaros são restos de coreografias" Gonçalo M. Tavares (Relógio d'Água, 2018)

Conceção e direção artística Filipa Francisco
Assistente de direção artística, direção técnica e cenografia Matthieu Réau
Composição e direção musical Tiago Pereira
Cocriação e interpretação António Almeida, Beatriz Marques Dias, Bruno Alexandre, Edgar Costa, Filipa Francisco, Joana Carvalho, Luísa Batista, Tiago Pereira, Verónica Calheiros e Verónica González
Figurinos Carlota Lagido
Máscaras Fernando Nelas
Administração e gestão financeira Mónica Talina
Direção de produção Vítor Alves Brotas | Agência 25
Produção local Diana Caramelo
Registo vídeo e realização de documentário Miguel Canaverde + Pedro Mourinha
Fotografia de cena Bruno Simão

Apoio: República Portuguesa - Cultura / Direção-Geral das Artes
Produção Mundo em Reboliço
Coprodução Município de Belmonte


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